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Mostrando postagens de 2010

Preparando o Terreno

Criar condições para que realizações à primeira vista impossíveis aconteçam é mérito de poucos. Geralmente são as pessoas conhecidas por preparar o terreno, removerem uma pedrinha aqui, outra ali, dando a impressão que a estrada está sempre limpa e que não há dificuldades que não se possa superar. Gente assim germina idéias, exercita a paciência na espera pelos frutos, uma vez que olhos mais incautos apostam que elas não surgirão. Não raro, são calculistas e não podem ser confundidos com os ingênuos, sonhadores, que apostam suas fichas traçando planos inexeqüíveis, metas difíceis de serem alcançadas ou entregam-se ao instinto deixando-os ao sabor do acaso, presas ao “algo me diz que acontecerá”. A intuição é uma arma poderosa, mas tem que se revestir do concreto para surtir o efeito desejado. Quem se encarrega do durante, dificilmente usufrui depois. Após terminar uma etapa, lá vai sacudindo a poeira e partindo para outras realizações. Antecipar-se aos fatos é adotar postura e ação p

Indecifrável

Temos certa dificuldade em desvendar aqueles que “tem uns quantos por dentro”. Embora uma personalidade ás vezes se sobressaia ante as outras, as múltiplas facetas que este tipo de pessoa nos proporciona nos fascina e atordoa do mesmo tempo. São os indecifráveis a olhos incautos, cuja leitura limita-se ao que está sendo verbalizado e assim não se preocupa ou não, se desenvolveu pensamentos para entender as mensagens subliminares. Adequar-se ao interlocutor é antes de tudo é uma forma de respeito. Toda profissão tem o seu vocabulário próprio. Cada ocasião também. Para o pensador polonês Zygmunt Baumann, os valores da sociedade ocidental dissolvem-se, cerceando a tolerância e o relacionamento. É o que Baumann denomina “era de liquidez”. Princípios diluídos na rapidez das mudanças. Em comum restou-nos a incapacidade de relacionarmo-nos com o outro de maneira plena, com respeito ao que cada um de nós tem de singular e subjetivo. A tendência é atribuir valor à figura do outro da maneira qu

Eu Não Choro

Eu não chorei quando a personagem Camila cortou os cabelos naquela antiga novela da TV Globo, por estar com leucemia. Por mais que a atriz Carolina Dieckmann tenha se esforçado em dar realismo à cena, as lágrimas não saíram. A tradução do cotidiano para filmes, novelas, provoca empatia na maioria de nós. O desejo ou o medo de estar no lugar do personagem, leva-nos a indagar se o que se passa na tela não seria o retrato do que poderia acontecer conosco. Adoro filme em que o mocinho não morre no final. Não vi “Coração Valente” até hoje, apesar de eu saber que é uma história e tanto. Mas como eu sei que tem cenas de violência, me nego a ver. Exatamente pela possibilidade do que está na tela ser o que de fato ocorreu ou até pior. Confrontar-se com a dureza da realidade é um desafio que poucos suportam, mas que invariavelmente nos contaminam. Comodismo, negação? Pode ser. Fechar os olhos como se nada tivesse acontecendo pode não ser a melhor tática. Mas entre a alienação e envolver

A Outra Face do Gênio

Tchaikovski aproveitou a peste que se alastrava pela Europa e tomou água contaminada, vindo a morrer de cólera. Filho de família tradicional, expert da música, teve uma vida até certo ponto normal. Casou-se, inclusive. Tudo bem se não tivesse um detalhe. Ele era homossexual e o casamento foi só para atender as convenções da sociedade, vindo a suicidar-se – embora indiretamente - quando não agüentou mais conviver com a situação. É difícil encontrar entre aqueles ditos gênios, quem consiga equilibrar a genialidade nos diversos campos do conhecimento – seja música, ciência, escrita – com os padrões de comportamento que a convivência social exige. Trocando em miúdos, não é sempre que alguém com elevada capacidade mental criadora é sinônimo de bom pai, bom marido ou a nora que pedimos a Deus. Gênios são espíritos iluminados, com energia direcionada ao processo criativo, maior foco de prazer também. Não entendem como isso não é percebido pelos outros mortais, indiferentes à importância do

As Mulheres e o Poder

A escritora americana Harriet Rubin sintetiza a relação das mulheres com o poder em seu livro Princesa – Maquiavel para Mulheres, Editora Campus – 2004, da seguinte forma: - As mulheres hábeis em manejar o poder preferem fortalecer seus opositores, cooptá-los como aliados, em vez de abrir uma guerra. – Mulheres contribuem para instalar um clima mais cooperativo e evitam o estilo “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. A habilidade para o trabalho em equipe, hoje tão apregoada é confundida com indecisão e fraqueza. Tacham-nos de inseguras no exercício do Poder. O fato é que minimizamos nossos acertos, enquanto os homens minimizam suas dúvidas. O que aparenta ser um baixo nível de confiança encobre apenas o desejo de não parecer esnobe. Valorizamos o trabalho coletivo em vez de cultuarmos nossos próprios méritos. Homens conduzem negócios usando expressões como estratégia, tática e ofensiva. Voltemos um pouco no tempo e imaginemos ao longo da história os homens nas frentes de batalha

HAJA PACIÊNCIA!

Paciência é um dom e nascemos com ele. Se a afirmativa for verdadeira, pobre de quem não a tem. Qualidade das mais necessárias, não há um campo sequer das atividades humanas onde se possa abrir mão da paciência. Educa bem, ensina direito quem o faz o conhecimento fluir naturalmente. O professor com o qual mais se aprende, parece estar em casa deitado na rede ao invés de dando aula, demonstra dominar o ofício com maestria, sempre senhor da situação. Não é preciso ser supermestre, mas se não tiver o jogo de cintura como aliado para as nuances do ensinar, como lidar com a gama de informações dos alunos, a receita não dá certo e o bolo vai “batumar”. Nosso mundo tornou os minutos contados e não há relógio que sincronize o tempo do outro com o nosso. E dê-lhe autoajuda a exigir um tempo para nós. Mas se não temos tempo nem para respirar direito, como meditar, se a condição para a placidez interior é a sintonia com o mundo externo, para daí captar os fluídos tranqüilizadores do nosso espí

A Beleza da Arte Chamada Escrita - Por Bridgit Baldavir

Brigit Baldavir, a BB, é escritora e colega do site onde ambas publicamos textos. Gentilmente ela nos cedeu o texto abaixo para publicação neste espaço. Ei-lo: Algumas pessoas têm me perguntado por e-mail como fazer para exprimir suas ideias de maneira clara, coesa e que o interlocutor entenda o pensamento exposto? Muito mais do que isso, alguns têm me feito perguntas quanto ao uso da linguagem. Eu sempre digo que o conteúdo é o mais importante, mas a apresentação e a forma não podem ser descartadas. Estou dizendo que primeiramente é preciso conhecer o objetivo do seu texto e para quem se destina. Por quê? É comum eu ler poesias, contos, crônicas e romances. Em minha graduação, devo ler relatórios, artigos técnicos e monografias, além dos livros-textos. Por que eu digo isso? Porque na escrita de cada um dos exemplos citados de textos existe um objetivo e, alguns deles, uma norma a ser seguida. Já disse em outra oportunidade, mas volto a frisar que ser um bom leitor e assíduo é fu

Isto Não Vai Dar Certo

Internamente carregamos a certeza da impossibilidade que algo flua. Movidos pelos instintos, todo o corpo corrobora pela insistência e manutenção dos desejos, pelo prazer que a busca proporciona. Lutar contra algo que suspeitamos quase impossível é agradável. Principalmente se é o que está posto, aquilo que as pessoas esperam e não será objeto de contestações. Poucos enxergam além e é o desfecho óbvio para a maioria. É cômodo e porque não ceder ao bem estar? Fora isto, há a relação custo-benefício. Quantas pedras não haveríamos de rolar pirâmide acima para abdicar do que é confortável? Ele, o ideal desenhado está ali, à mão, embalado pelo sentimento e promessa de atendermos à nossa vontade, sentirmo-nos livres por estar seguindo o que o instinto determina. Sendo assim, não há porque ter caraminholas na cabeça, conjecturar conseqüências que podem mudar o rumo da nossa vida, unicamente porque uma voz interna nos diz que isto não vai dar certo. Não fecha com os nossos projetos de vid

PARTIDAS

Enfrentar com dignidade a tempestade e refazer-se interiormente após sua passagem não é tarefa fácil. Temos necessidade de harmonia na mente para que o corpo fique em paz. Quando passamos por perdas há todo um desequilíbrio que não sabemos por onde começar para retomar a nossa vida. Principalmente quando se trata da partida de alguém que já cumpriu sua parte na vida terrena e vai embora quando chegou sua hora, dizem alguns, foi escolha, alegam outros. Mas não há resposta para o vazio que provocam em nosso íntimo tampouco conformidade com a perda. Choramos por aquele que se foi, mas no fundo nossas lágrimas são de autopiedade, coitadinhos de nós que vamos sofrer com a ausência física. Sempre há alguém indo embora, seja inesperado ou como vela que se apaga serenamente. A inconformidade é idêntica em todos. Racionalmente sabemos que uma hora ou outra partiremos, é assim que caminha a humanidade, mas nossos pobres sentidos rendem-se ao mistério da vida e a pergunta permanece: Quem somos?

Injustiça em Dobro

Quer testar se alguém é um verdadeiro profissional na arte de persuadir? Dê-lhe um mesmo fato e lhe peça duas versões. A pessoa imergirá totalmente no personagem que eleger primeiro para enxergar daquele ponto de vista específico, alheando tudo o que não corroborar para a sua defesa. Procurará encontrar argumentos que os armazenará em seu íntimo, de forma que quando afirmar categoricamente, todo o seu ser esteja imbuído dessa certeza e o interlocutor titubeará em duvidar, tamanha a aura de veracidade que lhe é impingida. O expectador é seduzido pelo profissional da interpretação, pois ao fundamentar seu desempenho num arcabouço de conhecimentos acumulados, apropriou-se de conceitos que estão no inconsciente coletivo e a eles acrescentou um toque de criatividade, que é justamente sua contribuição imperceptível para a verdade que quer consolidar. Abstraindo-se totalmente de qualquer devaneio que não seja o do convencimento, ignora a face que não é a defendida na ocasião e cria a ilusão

O Prazer da Ausência de Dor

Embora a uniformidade aparente do ser humano, cada trajetória é única. Ao corpo que a genética nos deu, são acrescidos nome, sobrenome e uma vida de interação com o meio ambiente, que a partir do nascimento nos cabe administrar. No começo, com alguma ajuda, mas chega o momento em que seremos nós os responsáveis pelas alterações incutidas em nosso corpo e mente. Diferentemente dos animais, o homem possui natureza composta de razão e desejo, este último, se desprende das sensações provocadas pelos sentidos clássicos de visão, audição, olfato, gosto e tato. Um arsenal de sentidos que são as nossas primeiras determinações físicas, reflexo das eternas leis da natureza, onde cada ser procura o seu prazer e foge do desprazer . Somatório de processos assimilados de longo tempo, o instinto se forma basicamente por imitação, garante a sobrevivência. É meio de civilização, artefato original que passamos boa parte de nossa vida tentando domar e adequar. A maioria dos homens subsiste sob o domíni

Nas Ondas do Rádio

Uma amiga me contou esta. Foi passar férias de verão em Santa Catarina. Primeiro dia: Desfaz as malas e ainda sobra um tempinho à tarde para o sol abençoado. Segundo dia: Levanta cedo e vai direto para a praia. Sol para lá, banho de mar para cá, papo pro ar, cervejinha, almoço na beira do mar... E à tarde. Ah! À tarde a sesta merecida, aquela siesta especial, que nem se pensa em tirar no corre-corre do dia a dia. Lá pelo terceiro dia nota que está faltando alguma coisa e não se lembra do que é. Está tudo perfeito, ela planejou estas férias o ano inteiro. O que será? - Deixa prá lá – pensa – Depois eu descubro. Era só o que me faltava, procurar sarna para se coçar – finaliza ela e tenta dormir. Na hora de dormir procura algo na mala. Lá no fundo, o radinho de pilha. Liga-o e tenta sintonizar alguma rádio. Era isso que estava faltando, o radinho! Qual a babá que consegue trabalhar sem um radinho ligado? Quem nunca entrou no carro e não ligou involuntariamente o rádio, que atire a

A Mais Pura Verdade

O semáforo fechou. O menor que dirigia o Corolla engatou uma ré o estrago estava feito no carro que esperava abrir o sinal. Fuga e substituição do inexperiente motorista e o chamamento da galera para restabelecer a “verdade” e o novo cenário. Alguém que estava numa esquina próxima viu claramente o adolescente dar ré e bater no carro de trás. A testemunha foi agredida pela ousadia de querer restabelecer o acontecido. O mais irônico foi ter que ouvir: “O velho, além de barbeiro, bateu atrás e acha que tem razão”; como consenso na multidão então formada com o acidente. Quando algo parece evidente aos olhos da maioria, o autor passa a vítima num piscar de olhos. Ao embasar sua afirmação na aparência e induzi-la pelo que é comum em situações parecidas, carreia para si a prerrogativa da verdade e da razão. Daí em diante é quase impossível desenrolar o nó que se avoluma com base numa premissa falsa, mas com cara e elementos agregados que lhe conferem o viés de autenticidade. A crença na ve

Convicção, Uma Luta de Todos Nós

Confiança, crença e convicção são atributos que se conquistam junto ao nosso interlocutor. Podem ser lógicos, cristalinos, mas precisa haver empatia para que se estabeleça a ponte par ao início de um processo de convencimento. E o que fazer então com essa sensação de angústia permanente que nos ameaça e nos deixa impotentes, com falta de ar, cada vez que resolvemos esmiuçar tais conceitos? Porque a certeza vai sempre por água abaixo quando se trata do raciocínio sobre o universo, do prosaico quem somos, de onde viemos e para onde vamos? A ignorância é uma sensação consoladora. De posse dela, tudo se torna aparentemente fácil. É pretensão demais da nossa parte querer achar respostas ou discutir aqui questões filosóficas que os sábios ao longo dos séculos vem teorizando a respeito. Há estudiosos do pensamento da atualidade capazes de defender suas teorias com veemência e fundamento. Mas não há de se contestar que o conhecimento não é passaporte para a tranqüilidade de ninguém. O pensa

A música das Esferas

Quem de nós não se lembra do famoso Teorema de Pitágoras? Pois é. Mais conhecido como matemático, Pitágoras, passeava pelas diversas áreas do conhecimento, na ânsia de um entendimento da existência humana e do universo, que fugisse ao olhar mitológico do século 538 a.C. Conta a lenda que ao ouvir um ferreiro, identificou no golpear dos ferros com diversos martelos diferentes, sons harmônicos. Quis descobrir o que distinguia os tons e notou que a diferenciação não dependia da força do golpe, do feitio dos martelos ou dos variados tipos de ferro golpeados. Pesou os martelos e percebeu que o peso de quatro deles estava numa proporção de 12, 9, 8 e 6. Prosseguindo a experiência, fixou um prego na parede, amarrou quatro cordas idênticas em material e comprimento e pendurou na extremidade de cada uma, pesos iguais aos dos martelos do ferreiro. Tocou duas cordas ao mesmo tempo, ora um par, ora outro. O martelo mais pesado tinha o dobro do mais leve e lhe forneceu a oitava mais grave. Os prin

Palavra Proibida

Ela está aí, presente. Muda de cara conforme a densidade populacional, mas ameaça entrar pela nossa porta. Não sabemos ao certo se confiamos nos índices que dizem que a criminalidade aumentou ou se são os meios de comunicação que nos fazem senti-la próxima. Por mais que se queira crucificar a mídia, não há como tirá-la da convivência conosco. É claro que a exposição é maior quando se trata de pessoas influentes, ligadas ao meio artístico, como aconteceu nas últimas semanas. Atropeladores que não socorrem e querem se safar, policiais recebendo propina para livrar o envolvido, assassinatos, corpos sumidos, numa avalanche de notícias ruins, onde a agressão ao ser humano foi a tônica. Compadecemo-nos pelo sofrimento da humanidade e ao mesmo tempo acionamos o medo quando não sabemos se o desconhecido que vem em nossa direção, vai nos pedir uma informação ou sacar um revólver. Não adianta. A adrenalina dispara, preparamo-nos para o ataque ou para a fuga, se as nossas pernas o permitirem. P

Processo Decisório: Uma Reflexão para o Líder

A liderança impõe-nos decisões a todo instante e nem sempre bem recebidas pelos liderados, por mais que o terreno tenha sido preparado com cuidado. Mesmo o líder mais tarimbado, ressente-se das reações que as opções inexoráveis, que obrigatoriamente exigem mudanças profundas na postura da equipe daí em diante, provocam nas pessoas. Afinal, ele também é um integrante do time e sabemos como dói sermos temidos quando tomamos decisões que a nossa consciência entende adequadas, mas que não agradam a todo mundo e não é exatamente aquilo que nós mesmos gostaríamos de fazer, se tivéssemos alternativa melhor. Buscamos a unanimidade mesmo concordando com quem disse que “toda unanimidade é burra”. Preferimos nos iludir e achar que somos queridos e amados, unicamente porque as pessoas envolvidas não nos deram feed-back, retorno, quando atingidos pela nossa resolução. As regras de convivência recomendam que se evite a zona de atrito. Temos que ser diplomatas sempre, dizer somente aquilo que os o

Dilemas da Liberdade de Escolha

Não ter medo, ser ousado, lidar com a adversidade e com as falhas humanas, - visto que, invariavelmente, em algum momento, erramos -, são atributos que entendemos necessários a àqueles que aspiram deter a tão propalada liberdade de escolha. Porém, qualquer autonomia esbarra na adesão forçada a que são submetidos aqueles que integram a base da pirâmide da nossa sociedade. Os direitos pessoais têm como limite o direito alheio, com base nas regras delimitadas pelo Estado. A insegurança e a incerteza são sentimentos que sempre permearam o viver dos menos favorecidos. Num mundo onde a segurança dos direitos pessoais obrigatoriamente se alicerça na garantia dos direitos políticos, sem estes últimos, não se pode confiar nos primeiros. A liberdade se torna um sonho inalcançável. Os problemas são globais, repercutem nas questões locais e não admitem soluções gestadas no microuniverso, aqui em Pindorama. O efeito dos acontecimentos econômicos mundiais, que privilegiam poucos e excluem muitos,

A Lógica de Cada Um

Normalmente a lógica cai por terra quando se argumenta com alguém e o sujeito concorda de pronto. No pressuposto de que a concordância seja porque está convencido e não porque o vencemos no cansaço. Porque se foi a fadiga, estorna e segue o baile. O interlocutor está convicto de que a nossa argumentação é correta para que ele faça ou deixe de fazer determinada ação ou tenha certas atitudes. Prepare-se para o xeque mate: “É. Você tem está certo, mas eu não gosto. Eu não quero”. Nessas circunstâncias, capitulamos. Contra a ausência de lógica ou de vontade, não há idéia ou procedimento que vá em frente. E o que é inconcebível para que se pauta pela coerência nas atitudes, para o outro é basicamente o predomínio do instinto. “Não estou com vontade de fazer”. O não fazer significa abrir mão das melhorias que o novo posicionamento traria. Mas se ele não aprecia a idéia ou não quer, significa que não está disposto a correr riscos para alcançar certos objetivos. Ou então, a última alternativ

Don`t Cry for Maradunga

Compulsão por Compras

O seu cartão de crédito não comporta mais nem compras no R$ 1,99, mas você continua ali, hipnotizada na frente da vitrine ante aquele suéter maravilhoso. Não adianta esfregar as mãos, rapazes, que a analogia vale para os homens também. Troca só a vitrine e lá está você. Imóvel, frente àquele acessório (in)dispensável para o carro que há tempos não sai da sua cabeça. Analise a situação. Você está convencido de que precisa dominar os instintos. Tem certeza dos aborrecimentos que a atitude irá lhe trazer, mas ainda assim, alguma coisa lá no fundo diz eu quero. E quando se quer, parece que tudo o mais se anula. E se o lado negativo da ação fica zunindo na cabeça, tenta-se não pensar nele. Esquecer é temporário. Se o assunto é importante para nós, vamos nos deparar com ele novamente logo, logo. Que instrumento poderoso é o querer! É ele quem nos move. Quando aspiramos muito por algo, não tem quem nos segure. Passa a ser a coisa mais importante para nós e concentramos todos os esforços e

A Resposta

Eles até podem fazer com as pessoas o que quiserem e a opção de não responder, opinar, negar ou manifestar qualquer reação no ato, exceto a aceitação, não significa que realmente tenham feito o que desejaram com outrem. Quer dizer apenas que seus alvos se reservaram o direito de não reagir. O que as “vítimas” vão fazer com o ocorrido, com a informação, bem como os posicionamentos que venham a adotar ou decisões que porventura tomarão em conseqüência das ações que lhe foram provocadas é algo que lhes cabe somente e igualmente se dão ao luxo de dar conhecimento ou não à parte que lhes afrontou. Se o fizerem, será no momento adequado, com a forma de comunicação que lhes for conveniente. E, talvez agora, os autores também não esbocem a reação esperada quando lhes for dado conhecer, simplesmente por não perceber a resposta que lhes está sendo dada. Como diria o magnífico escritor José Saramago - recentemente falecido – em sua obra A Caverna: “O importante é o caminho que se fez, a jornada

Vitalidade - O Segredo

Existem pessoas que parece que o cansaço não as atinge. Estão sempre dispostas e com um sorriso nos lábios. E ficamos imaginando de onde tiram tanta energia. Não significa, necessariamente, que estamos falando de alguém no auge da juventude, quando a vitalidade é uma característica ou pelo menos, deveria ser. Temos que reconhecer que tem muito jovem de quinze, vinte anos, que parece estar carregando o mundo nas costas, tamanha a falta de vontade para a vida. Normalmente, as pessoas que tem o maior gás, independente da idade, são movidas a desafios. A cabeça é um turbilhão. Nem bem terminam um projeto e já estão metidas em outros. O que executam agora começou a ser planejado, quando o penúltimo trabalho estava em andamento. Costumam explicar tudo, como se tivessem que dar satisfação para o mundo. Antes de enxergarmos culpa no cartório naquele amigo que tem esta distinção, convém examinarmos com mais carinho se o ato de justificar tudo, não se trata de um compromisso extremo com a coe